domingo, 11 de dezembro de 2011

Cuido de ti porque te amo

(Felizes os que convivem com aqueles a quem amam. Escrevi sobre a relação de amor de mãe e filha presente na vida da minha amiga Anna Paula.)


Foi assim desde o começo, quando trocamos nossos olhares pela primeira vez. Uma força divina trouxe para os nossos corações um amor inexplicável! E com este amor me tiveste nos braços e alimentaste-me. Tantas dores suportaste para que eu descobrisse que o mundo agora era do lado de fora do teu ventre!

Aos poucos – e com tanto carinho! – foste me revelando o mundo: os diferentes sabores, os diferentes sentimentos, as primeiras palavras, depois os primeiros passos, a primeira caminhada... E lá eu estava sempre a procurar por tua mão.

Nas idas para a escola, a saudade por deixar-te em casa. Nas voltas da escola, a alegria por compartilhar contigo como havia sido o meu dia. Assim foram crescendo as revelações e confissões e fomos descobrindo a amizade que para além do amor se configurava entre nós: confessei a ti meu primeiro namoradinho, o primeiro beijo, a primeira nota baixa, o primeiro desamor, a primeira briga com a melhor amiga, o dia em que fiquei “de bem” com ela, finalmente...

Até que, quando dei por mim – e acho que quando deste por si, também – eu havia crescido. Quando nos demos conta – e isto foi entre uma nova confissão e outra – estávamos, à beira da cama, a mulher que hoje sou e a senhora que hoje tu és.

Eu não sei quanto tempo se passou entre os primeiros olhares e o nosso olhar de hoje, mas sei que tudo o que aconteceu comigo de lá pra cá devo a ti. Desde o primeiro alimento. Sinto-me em teus braços como há tantos anos quando Deus nos apresentou uma à outra.

Cuido de ti porque te amo. Porque cuidaste de mim quando mais precisei. Cuido, porque tê-la ao meu lado me aproxima de Deus. E se Ele escolheu-te para me conceder a vida, nada mais posso fazer a não ser agradecer a Ele por cada dia que passei e passarei a teu lado, enquanto Ele quiser.

Recebe meu amor – até hoje inexplicável! – de todo dia, os imposssíveis que tento por ti, e vive dele, porque do teu eu vivo e de nada mais necessitamos. E segue comigo, meu Amor, minha Mãe, minha Companheira, com tua mão estendida para que eu não tenha medo de cair.

2 comentários:

  1. Nossa, q lindo! Nem preciso dizer q estou aos prantos, né, amiga?!?! Louca pra ler p ela este texto, assim como fiz com todos os outros q vc escreveu, desde quando era minha "chefinha". Mas , nesse momento, não consigo... Mal consigo digitar, fungo o nariz, tento secar os olhos. Ai! rs Mas, amanhã mostro a ela, agora já está dormindo. Amei o texto, amo todos,e cada vez q os leio, ainda, me impressiono em vê-la expressar tão bem os seus e os nossos sentimentos, impressões, opiniões, homenagens... Vc é fodinha!! rsrsrs Beijos, minha grande amiga e obrigada por tudo!!!

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  2. Belíssima sua reflexão. Faz-me lembrar da minha história pessoal. Das lutas cotidianas e das minhas esperanças de que a educação ainda pode fazer mudança.

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